segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Blackout

Todo o encantamento que existia caiu dentro de uma cova e foi enterrado. Não conseguia entender o motivo de tantas mentiras e tantas cenas e falas ensaiadas. Houve algo de sincero em algum momento em que estiveram juntos? Nada mais fazia sentido.
Agora, era mais uma página virada, mais um capítulo lido, mais uma temporada encerrada, uma turnê que chegava ao fim. Já estava na hora de gravar outro cd, seu público pedia um single novo.
O passado se fez presente por algum tempo, mas não seria futuro nunca mais.
Olhava as fotos que guardou de recordação. Sentia vontade de mantê-las guardadas, só não tinha certeza se isso seria correto. Nunca temos certeza do que é correto ou não, porém sentia se muito machucado com o que fizeram com ele. Acontece que agora uma vacina lhe foi dada e a cura foi mais rápida. É que faltava alguma coisa ainda. Sentia vontade de gritar!
“Eu já previa isto. É tão típico!”, pensava consigo mesmo. “Não imaginava outra atitude sua”.
A única coisa que não admitia era a falta de sinceridade. Além das mentiras, havia uma falta de coragem. Mas desta vez não sentia raiva, sentia alívio. Mais uma vez viu que aquilo não era pra ele.
Mais uma vez lhes peço, meus caros: não tenham medo de arriscar! Não tenham medo de falar! Sentiu vontade, faça! Vem do coração? É sincero? Vá em frente!
A vida é curta, o tempo passa. E quando você chegar lá na frente e quiser se arrepender disso tudo que você não fez... infelizmente, você não terá esse direito. Afinal, você não fez. Você não arriscou.
Não seja covarde, não seja banana, não seja patético. Arrisque mais, viva mais e faça tudo do seu jeito!

Um comentário:

Unknown disse...

Assim mesmo, com voracidade rasguei as fotos que ainda restavam dele. Tava numa caixa de guardados. Ali dentro: passagens, recibos e um amontado de lembranças. Entre meio uma foto e outra que não faziam mais sentido. Toda essa nostalgia só se fazia presente porque na verdade não suportava ausência. As fotos refletiam os momentos em que passaram juntos. Coisas boas e ruins se faziam presente. E gritavam. Aos prantos quebrei o ultimo porta-retrato. Estaria alí aguardando o momento em que estaria cara a cara com ele. Pensava em tapas e gritos. Mas não. Houveram momentos que deixaram saudade. Na verdade. Mais pura nunca se esqueceram. E foram felizes nessa nova etapa. Os sonhos são assim. Ouvimos uma coisa ou outra que nos deixa inquietos. Mas só absorvemos bem se vem munido de amor. Que seja. Vamos quebrar mais uma taça. Celebrar quanto amor ainda existe? E quanto amor ainda não se faz breve. Presente.

"amar e amar..."