segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sober

Posso ouvir apenas meus passos na rua. E nada mais. Ninguém mais. Apenas eu, caminhando sozinho. Um pouco de raiva, por não entender o que está acontecendo. Na verdade não querer entender. Está tudo tão claro agora, mas é difícil aceitar.
Busco um pouco de felicidade, mesmo que passageira. Queria dar risada, levar a vida com leveza, só que meus pés dóem de tanto caminhar.
Isso tá me irritando.
Me irrita o fato de o futuro ser incerto. Não quero perfeição, quero saber onde estou pisando. Aliás, onde vou pisar.
Gosto de fazer planos.
Chegamos em uma certa idade onde não podemos deixar o tempo passar, temos que pensar em casar e ter filhos.
Um gole daquela bebida doce. Gelada, numa noite quente.
Meus amigos são os melhores do mundo. Amo todos eles. Eles cuidam de mim.
Um trago de cigarro, pra esquecer as preocupações da vida.
"Eu também quero!", diz uma voz lá no fundo.
Chuva batendo na janela. Cheiro de chuva, grama molhada. Grama macia.
As pessoas bebem para esquecer os problemas, e acabam criando ainda mais.
Acontece que não quero mais sair daqui, quero ficar aqui. Pra sempre. Aqui é bom.

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