Eu não queria dormir. Queria conversar com alguém. Sei lá, alguém... Ninguém específico. Sobre o que? Também não sei...
Uma ansiedade fora do comum. Uma louca vontade de consertar tudo o que estava errado.
Vontades e medos antigos. Erros antigos. Medo do passado. Do passado se repetir. Quero coisas novas. Quero uma vida nova.
Não quero fugir. Mas, às vezes, é difícil encarar a realidade.
Hoje sou melhor do que ontem? Amanhã será melhor do que hoje?
Escolhas... Corretas? Como corrigi-las?
Dúvidas. Muitas.
Ainda não encontrei ninguém para conversar. Apelei para um velho conhecido: cigarro. E uma velha amiga: a música.
Assim me sinto livre. Vícios que me libertam. Dualismo.
Me sinto igual o Arnaldo Antunes: me expressando através de palavras isoladas.
Sinto tristeza e sinto-me culpado por isso. Acho que não podia me sentir triste, mas sinto. Tenho motivos para estar feliz. Mas não me sinto completo.
O que será? O que? Que eu não acho...
Acabou o cigarro. Acabaram-se as músicas. Mas os sentimentos ficam. O medo fica.